O BTS finalmente vai pra guerra

O ano era 2016. Dez de Outubro, pra ser exata. O BTS lançava aquele que, hoje, eu acredito que tenha sido seu último single REALMENTE bom. Tá, as que vieram depois, “DNA”, “Fake Love”, são boas, pode ser, mas sabe aquela música sensacional? Talented, brilliant, incredible, amazing, show stopping, spectacular, never the same, totally unique, completely not ever been done before, unafraid to reference or not reference, put it in a blender, shit on it, vomit on it, eat it, give birth to it? (Tá que teve referências sim mas o importante é saber referenciar e ficar bom). Nascia ela, “Blood, Sweat & Tears”, uma mistura genial de k-pop com tecnobrega que abriu a porteira da Coreia pros capopes latinísticos e deu o pontapé inicial que o BTS precisava pra começar a caminhada ao que eles são hoje (o (ótimo) álbum Wings chegou na posição de número vinte e seis na Billboard 200, a mais alta pra um grupo de kpop até então, e o videoclipe lançado no mesmo dia foi até então o mais visto de um grupo de kpop nas primeiras vinte e quatro horas).

HINO

A Gigi de dezoito anos nesse período já estava doidinha completamente ablublublé das ideias pelos sete guris. Pior, ela tinha AMIGAS. No caso eu ainda tenho amigas, elas não me abandonaram nem nos meus maiores surtos de loucura, mas na ocasião todas eram tão doidas ablublublés das ideias como eu. Gente que biscoita com trezentas fotos de coreano na sua timeline, compra álbuns de kpop no aguardo daquele photocard especial (que eu não ganhei), gente que briga com as fãs do grupo ao lado por motivos que, olhando pra trás, não poderiam ter sido um pouquinho só mais bestas. Uma das minhas memórias favoritas desse período é a Anna ter sido apaixonada pelo Ginho formando um casal carinhosamente conhecido aqui como Meus Pais. A gente lia fanfic. Pior, a gente escrevia fanfic, porque eu lembro de ter escrito fanficagem (HETERROR) pra ela e pra Paola, minha filha caçula, e biscoita. A gente era feliz em certo nível. Tudo doida.

O photocard que eu não ganhei

Hoje estamos em pontos diferentes da vida tanto quanto “vida” mesmo quanto vida de fangirlice. A Paola ainda é Moomoo (fandom do Mamamoo, pra quem não sabe), até comprou um álbum de três faixas recentemente, e amante do futebil. A Fernanda é indie… Odeio indies mas só pra ela guardo um espaço no coração. Ela escuta girl groups às vezes até. A Beatriz é indie e leitora, em nada lembra seus tempos de Jungkookete MALUCA que achava ruim se você falasse que as tatuagens do garoto eram feias (são). A Anna, minha maior inspiração, tem vida social. Por vezes todas nós ficamos doidas das ideias por diferentes motivos mas continuamos ali umas pelas outras e pipipi papapá parará popopo. Tamo até combinando de se reunir, se as passagens de avião pra São Paulo estiverem custando menos que um rim. Eu continuo sendo totalmente entendida de música capope, até porque eu já era entendida de cenário pop antes. Sou fofoqueira mesmo.

eles

Pra quem é uma gatinha capopística, como eu sou, o dia hoje começou com uma notícia esperada por muitos, temida por ainda mais. A Bighit anunciou hoje cedo (bem cedo mesmo, tipo cinco da madruga pra boicotar o álbum do Le Sserafim que vinha depois – falaremos delas mais tarde) que os sete lírios do campo, SIM, eles que correram tanto da guerra e milkaram essa proposta de isenção por anos, o BTS FINALMENTE vai se alistar ao exército coreano e cumprir essa palhaçada obrigação como todos os meros mortais coreanos aptos de dezoito á trinta anos. Piadas à parte, não, eu não sou uma Maria Bolsonara a favor do alistamento obrigatório. Acho que nenhum homem devia ter que se submeter a ir pro exército se não fosse da sua vontade. Acho também que as regras de isenção do exército coreano são falhas. Se músicos clássicos e bailarinos e cof cof jogadores de futebol tem direito à isenção grupos masculinos como o BTS e sim, o Bigbang antes deles, também deveriam ter. Tu vai me dizer que o Son Heung-min fez mais pela Coreia do Sul que o BTS? Ah, meu. Nada contra o Son Heung-min. Mas acho graça.

ele

Mas enfim, já que as regras são essas, fiquemos felizes que a novela acabou. O Seokjin parece que vai lançar um single (horrível) até Novembro, em Dezembro sai o photo folio dele e a partir daí ele vai pro exército, com cada um dos membros indo em seguida depois do lançamento de mais uns projetos solo (acho que eles vão indo de acordo com os aniversários e o Jungkook deve ser o último lá por Setembro de 2023). O plano deles é que possam reunir o grupo completo em 2025, o que se você for parar pra contar, nem é tanto tempo assim. Esperei mais pela quarta temporada de Stranger Things do que as ARMYs vão esperar pelo BTS no exército. As Blinks provavelmente vão esperar até mais que as ARMYs, isso se tiverem outro comeback das modelos que acabaram de sair em tour e não devem voltar num estúdio tão cedo. Fiz uma faculdade inteira entre um comeback e outro do Girls’ Generation. Estou desde 2018 esperando a reunião do Infinite e ainda não morri. Por aí vai…

saudades

Apesar dos pesares (alistamento militar obrigatório), estou feliz que esse momento chegou. Primeiramente estou feliz por não ter que passar por isso com qualquer grupo na época em que eu era doida ablublublé das ideias kkkkk. Já pensou estar mal porque um marmanjo adulto (ou sete) vai (vão) deixar de aparecer por um ano e meio? Que vergonha, hein. Mas de fato eu estou feliz por essa fase ter acabado. Há anos o BTS não é mais o mesmo e não entrega metade do que entregava. A vontade de fazer números no mercado americano foi maior do que a vontade de entregar trabalhos criativos de qualidade, que foi o que acabou me afastando deles e de tudo que representavam pra mim até tempo atrás. Sim, porque o BTS era (parte da) minha cura pra depressão. Uma ajuda mesmo que pequena, sabe? Uma coisa que me distrai da minha realidade horrorosa e por isso suficiente. O que ficou foi só um resquício desse BTS. Desse AMOR.

nem metade do que entregavam

Com BTS no exército, a indústria coreana vai voltar a girar pra outros grupos que poderão atingir seu pico na carreira sem essa barreira inatingível que ficou lá pelos últimos sete anos. Especialmente girl groups poderão ser muito mais famosos! já que a Coreia voltou a ligar pra kpop mas só pra girl groups esse ano, tem menina vendendo um milhão de cópias de álbum e basicamente TODA a lista de melhores músicas de 2022 é formada por grupos femininos ou solistas. Mais do que isso, fico feliz que o próprio BTS vai poder descansar, mesmo que trabalhando kkkkkk do que a vida deles se tornou desde que começaram a bater recorde atrás de recorde. Com certeza é uma vida muito ocupada e muito definida pelos termos dos outros (das Outras, no caso). Fico feliz que eles vão poder viver um tempo sem serem vistos o tempo todo e sem terem seus passos seguidos a todo lugar. Fico feliz que eles vão ter esse tempo pra quem sabe reencontrar o que eles gostam de ser como artistas e o que eles querem ser quando 2025 chegar. E quando 2025 chegar, eu provavelmente vou estar lá, porque sou trouxa e não tenho amor próprio.

vocês deviam saber que eu NAO TENHO AMOR PROPRIO

Espero que a passagem dos meus corninhos favoritos pelo exército coreano seja pacífica. Que deixem os guris em paz pra fazer o trabalho e pronto acabou. Que não tentem ficar tirando fotos ou atrapalhando ou qualquer coisa que seja. Que eles voltem de lá mentalmente bem porque já vimos caso em que ir pro exército piorou a situação mental do alistado em questão e eu não desejo um mau momento mental pra ninguém. Que eles não fiquem muito feios sem cabelo porque não vou aguentar o choque de realidade. Enfim, que eles possam passar bem por esse momento e voltar na hora certa. Tenho um lugar guardado no coração pra vocês, seus inúteis! Vão bem, voltem bem e voltem logo! @ BTS_twt.

you and me got a whole lot of history

Passado o surto! O dia hoje ainda foi de lançamentos importantes e eu tenho opiniões pra dar. Pra começar, Las Serafinas que fizeram seu primeiro comeback desde o debut em Maio e chegaram pedindo pra você, ouvinte do MOTOMAMI, dar uma chance pra elas porque na escolinha Rosalía de Latinidades elas já estão formadas! Meu DEUS. Que música BOA. Deliciosa, divertida, dançante, perfeita na medida PRA MIM que amo uma latinidade, vocês já ouviram “Saoko” e “Chicken Teriyaki”? Sim, porque são músicas famosas. São minha obsessão. Claro que eu já deitei pra “Fearless” hoje em dia, mas o que “Fearless” não fez de me cativar na primeira ouvida, pra “Antifragile” eu deitei fácil. Also amo o conceito delas não quebrarem mesmo depois de ter que chutar uma integrante com um mês de grupo, muito bom. As meninas estão lindas, apesar de que achei que minha bias Yunjin teve menos destaque nessa sendo que em “Fearless” ela roubou a cena totales. Enfim. O mini álbum também está bem bom. Direto pras melhores do ano!

las serafinas (UH)

O mesmo não podemos dizer aqui do (G)I-DLE, que voltou com seu quinto mini álbum e a title track “Nxde”. Achei chata, chata horrores. Sei lá. Bonitinha, arrumadinha. O videoclipe está lindo, o estilo que escolheram inspirado em Marilyn Monroe, os desenhos e etc, tudo lindo. Mas a música. Sabe? Primeiramente, que ela passa inteira e é chata. Segundo, quando você vai reparar em cada parte, ela parece cheia de pequenos erros. A Soyeon está mais estridente (e feia) que o normal, o que estraga bastante o rolê pra mim (amo (G)I-DLE, odeio a Soyeon, we exist). Pior é que ela gosta MUITO de roubar a cena das outras, e aqui novamente. O english é um pouco cringy. Yes, I’m a nude? Sim, eu entendi e não estou aqui pra zoar coreanas falando em inglês, mas cara. Coisa que dá pra consertar com um pouquinho de pesquisa sabe, e a Soyeon faz isso sempre. O refrão é só chato mesmo. SEI LÁ de novo, ainda pode ser um comeback acima da média, mas também pra quem lançou “Tomboy” esse ano? Top cinco melhores? Ai, melhore, (G)I-DLE. Mas o resto do mini álbum está bom. Curti todas as músicas. Só “Nxde” mesmo que nhé.

Deixe um comentário