HyunA, de “Change” á “Nabillera”

Olá, gatinhas capopísticas. Tudo bom? Cá estou eu, duas da tarde de uma terça-feira, sentada na cama escrevendo coisas como uma boa desempregada. Pensando aqui que se estivesse na escola estaria na aula de educação física das minhas crianças do Nursery. Que triste. Mas enfim. Um novo ciclo começa e a Gigi está pronta para ser uma nova Gigi, uma Gigi que inicia a exercer sua profissão de psicóloga, direito dessa vez. Amanhã tenho terapia pra falar pela última vez dessas questões do trabalho e depois estou a fim de esquecer que trabalhei lá. Refletindo muito aqui, concluí que fui dispensada agora porque a chefe nunca foi com a minha cara. Segundo ela eu nunca fui simpática o suficiente. Na quarta minhas coordenadoras basicamente me convenceram a não pedir pra sair aí do nada na sexta me mandam embora? Ahem. Acontece. Devem estar sofrendo um pouco sem mim lá na porta todo dia. Tô um pouco puta comigo por ter desistido da clínica quando desisti e entrado nessa pra isso. Eu sou muito burra. Mas foi experiência.

Amanhã além da terapia eu tenho que ir na natação antes, às nove, e depois que acabar eu tenho que passar na igreja pra conversar novamente com a assistente social que agenda atendimentos pra mim. Tem duas semanas que eu tô enrolando a mulher, coitada, mas é porque não tive oportunidade de ir lá, semana passada tive que faltar a terapia pra ir na psiquiatra, depois fiquei deprimida demais por causa da escola, não deu. Mas agora eu tô ansiosa pra voltar a atender, sabia. Eu quero muito que dê certo dessa vez visto que pra sala de aula eu não tenho o dom. Minha única exigência é atender só as crianças de até onze anos porque adolescentes odeiam terapia. Será que os guris que eu atendi no começo do ano ainda vão lá na igreja durante as tardes? Adoraria vê-los e saber se estão bem. Criança eu lembro e guardo na memória com muito carinho. Puxa vida, que saudade das minhas crianças. Essa hora estaríamos nos preparando pro snack. Que chato.

Chega, lembranças desse estágio, se van quedando trás de mi. Tenho mais o que fazer. Eu tenho que estudar, na verdade, já fiz algumas coisas hoje mas ainda estou decidindo o que farei pela frente. Acho que vou trancar a Pedagogia e no lugar fazer a pós em Psicologia Infantil, que além de mais barata, vai me ajudar mais com o que eu preciso agora. Depois, quando já estiver atendendo e cobrando se o universo quiser, posso me focar em desenvolver esse projeto da Psicopedagogia. Preciso agir rápido e me tornar uma adulta que trabalha, não posso esperar quatro anos de faculdade até conseguir investir em alguma coisa. Fazendo a Psicologia Infantil posso entender melhor o que me espera na clínica. A partir de semana que vem serei uma Gigi que faz exercício físico de segunda á sexta. A partir de hoje quero voltar as retirar as porcarias da minha alimentação. Preciso emagrecer, várias roupas minhas estão apertadas. Fazendo assim, se tudo der certo, em Dezembro a psiquiatra vai poder diminuir minha medicação pra um remédio.

Hoje o meu assunto capopístico é a HyunA, ex-dona do kpop, atual desempregada que nem eu. Ontem saiu a notinha sobre ela e o namorado Dawn terem vazado da PNATION, o que me intriga muito, tem dois meses que a Jessi saiu de lá também, o que será que tá rolando por trás dos panos? Fanbase jurou que o PSY era a salvação pros idols de empresas ruins e agora a empresa dele vem provando que, como qualquer empresa de entretenimento coreana, é ruim. Faz sentido HyunA ter saído de lá, já que foi prometido pra ela em 2019 um full album que até hoje não veio, foram três comebacks sem tanta expressão e uma unit com o boy na tentativa de promovê-lo para além do flop absurdo. Pra que não lembra, HyunA, ex-4MINUTE, Dawn, do Pentagon, ambos na unit Triple H com o Hui, assumiram o namoro contra a vontade da Cube em 2018 e foram expulsos da empresa com a desculpa de que “não eram confiáveis”. Whatever. O amor está durando desde 2016 e no começo do ano Dawn pediu HyunA em casamento. Viva os noivos!

A indústria kpop, através dos anos, apresenta personalidades que eu acho que se tornam por si uma marca tão grande quanto ou até maior que seus grupos, como o G-Dragon (o famigerado “rei do kpop”), a Suzy, o Heechul, a Taeyeon e o Taemin, e mais recentemente, por exemplo, a Jennie. Não preciso falar de quais grupos são esses idols pra eles serem reconhecidos como grandes nomes por fãs de segunda á quarta geração (isso é uma coisa que, por exemplo, não vejo como TWICE ou BTS tendo, já que todos os membros são idols bem famosos mas nenhum que exceda o grupo em popularidade ou carregue uma carreira solo bem sólida). HyunA é um desses nomes, tendo surgido lá em 2007 no Wonder Girls, pulado fora, e aparecido como a grande estrela do 4MINUTE em 2009. Em 2010, ela teve seu grande debut solo seis meses após o debut do grupo, coisa que é bem incomum, porque no início as empresas focam em promover os integrantes igualmente. Em 2012, ela participou do clipe de “Gangnam Style”. Todo mundo conhece a HyunA.

Seus maiores hits até hoje são “Bubble Pop”, de 2011, e “Ice Cream”, de 2012, lá nos últimos respiros da era de ouro, mas para essa que vos fala o melhor ainda estava por vir nos anos seguintes, com “Red” em 2014 e “Roll Deep” em 2015, as duas feitas sob medida pra gata poder rebolar a bunda como se não ouvesse amanhã. “Red” também foi a era do ápice da beleza dela, os visuais do clipe são impecáveis. Pau pra toda obra, HyunA também participou do duo Trouble Maker, com o Hyunseung ex-BEAST, que foi um sucesso enorme na Coreia, também lá em 2011. Acho que é uma das músicas mais marcantes desse período. Claro, pra completar, ela esteve no Triple H com o namorado (E’)Dawn e o Hui, ambos do Pentagon, que nunca chegou a sair do flop e precisava de uma ajuda da colega de empresa mais famosa rs. “365 Fresh” e “Retro Future” não chegaram a hitar nos charts mas com certeza hitaram no meu coração. Os clipes são bem legais.

Com a saída da Cube, acho que HyunA perdeu o status do que já foi um dia. Claro que ela ainda é muito famosa, mas o barulho que fazia antes ela não faz mais, e a cada ano ela tem sido mais esquecida pela geração atual enquanto outros nomes que eu já mencionei não só se mantém como se fortalecem. Eu acho que o namoro com o Dawn mais boicotou do que rendeu frutos à HyunA; sendo o primeiro grande namoro entre idols a ser bem exposto pela mídia, hoje eles são grudados, onde um vai o outro vai atrás, e ela passa pra mim a impressão de ser mais a namorada de alguém do que uma artista em si. Sabe? Acho isso meio bosta porque, pra um ícone feministah, ela fica devendo demais. Claro que eu não esperava que os dois terminassem. O que eu mais quero é que um casal de idols possa ter sua felicidade sem aquele porre que são os fãs se achando donos da vida dos coitados. Mas separar um pouco as coisas, entende. Não é porque namoram que absolutamente tudo que fazem e postam nas redes sociais deve envolver o outro.

O que tem pra hoje é uma série de opiniões que ninguém pediu mas que eu vou escrever mesmo assim sobre a carreira solo da HyunA. Gabi gosta da HyunA então acho que ela vai gostar de ler, o que já é motivo o suficiente pra eu gastar uma tarde escrevendo coisas inúteis enquanto podia estar estudando. Confiram isso aí, depois de um gif aleatório do meu namorado kpop Lee Know do Stray Kids, se a HyunA pode postar foto do boy o tempo todo eu também posso…

“CHANGE” (Single, 2010) – “Change” é suco de 2010, datadona e metálica como qualquer bom lançamento da época. Tanto a voz quanto o rosto da gata ainda eram bem diferentes de hoje, sendo a voz dela muito mais próxima de algo natural até então (quando ela começou a cantar com o nariz?). O instrumental é bem pop de balada, como o que já vinha hitando nos Estados Unidos desde 2006 ou 2007. “Change” não é sua música mais marcante, mas considerando que é um produto de seu tempo, é uma faixa legal e que apresentou bem o tipo de artista que HyunA queria ser sozinha, tanto musicalmente como visualmente, já que o clipe já era bem sensual pra uma adolescente de dezessete anos.

“BUBBLE POP!” (Bubble Pop!, 2011) – Que hino! Acho que “Bubble Pop!” foi o primeiro clipe de uma solista a ultrapassar as cem milhões de views (quando a gente ainda comemorava os cem milhões, bons tempos), merecidamente. Música divertida, pra cima, e atemporal. Hoje me divirto com ela não como “música de 2010” e sim como “música de verão”, o que é ótimo, pois não tem aquele sentimento de música datada que a gente até gosta mas que na minha opinião enjoa e dá vontade de deixar pra trás após algumas ouvidas. AINDA ASSIM, ela grita era de ouro do kpop. 2011 foi um dos grandes anos, e “Bubble Pop!” deixou sua marca em uma playlist lotada de músicas boas.

“ICE CREAM” (Melting, 2012) – Maior hit da carreira na antiga GAON (atual Circle), eu acho que “Ice Cream” traz de volta aquele sentimento de música datada e dessa vez eu acho meio chata. Não curto muito “Ice Cream” não. Mas o clipe tem cores bonitas e de qualquer forma ela é bem melhor que Aquela “Ice Cream” rs.

“RED” (A Talk, 2014) – A bunda do macaco é vermelha? HyunA aqui voltou (depois do rosto novo no Dr. Kim) mais gostosona que nunca. Não que seus lançamentos não fossem bem puxados pro sexy antes, em “RED” ela decidiu jogar pro alto, chamar sua Miley Cyrus interior e rebolar a bunda até a nação coreana dizer chega. Tanto a música quanto o clipe são muito divertidos, não deixam a vibe cair nenhum segundo. É uma das que eu mais lembro quando penso em HyunA, até mais que “Bubble Pop” – essa podia ser de qualquer outra pessoa. “RED” é indiscutivelmente HyunA, não poderia funcionar com alguém que não fosse ela, sensual, espevitada, e muito confiante.

“ROLL DEEP” (A+, 2015) – “Roll Deep” é aquela que todo mundo que entrou na “minha” época (2015 pra 2016) conhece e acha a maior. Ela é bem gostosona, tão confiante quanto “RED” porém mais influenciada pelo hip hop do que a outra. A letra também é a mesma coisa de “eu sou HyunA, todas querem ser eu”, mas tudo bem. O instrumental é bem dançante, a música tem um pré-refrão bem legal que entrega um dos refrões mais marcantes daquele ano. A participação do Ilhoon agrega, eu acho, talvez porque sempre tenha simpatizado com ele. Provavelmente é a minha favorita dela, acho que foi o ápice de maioral do kpop que ela teve mesmo não sendo o maior hit nos charts.

“HOW’S THIS?” (A’wesome, 2016) – Aqui a coisa começa a ficar perigosa porque eu acho “How’s This” a “Roll Deep” 2.0, o que não é muito bom pra ela não. É ruim? Não é ruim, só tem a mesma vibe da anterior, o que me soa bem repetitivo pra alguém que já vinha se repetindo de certa forma. O pré-refrão me lembra muito de 2016, assistir o clipe no Ponto K-pop kkkk mas o refrão mesmo não é cantado, o que eu não gosto. O clipe também é pouco inventivo, a HyunA sendo gostosa na balada e pronto. Lançada logo após o disband do 4MINUTE, “How’s This?” devia ter sido um marco na carreira mas pra mim, significa um leve início de declínio. Claro que ainda era a HyunA. Mas hoje ninguém liga muito pra “How’s This”.

“BABE” (Following, 2017) – AMO “Babe”. Acho que finalmente a HyunA trouxe algo diferente, uma música mais fresh. Os efeitos incluídos no instrumental me trazem uma atmosfera agridoce(?), que combina com a temática da música – pode ser sobre um boy (Dawn rs) que faz a gata se sentir mais jovem com seu amorzinho, mas eu prefiro interpretar como uma crítica à toda a exposição pela qual ela passou naqueles dez anos de carreira (tipo, as pessoas estão sempre com os olhos nela, esperam que ela seja pra sempre a jovem idol deles, ter crescido na mídia, pipipi, papapá). Infelizmente “Babe” não foi hit; acho que ou a Coreia já não ligava mais tanto pra HyunA, ou ela não ousou o suficiente nesse lançamento, sei lá, mas na minha playlist de 2017 é um grande bop.

“LIP & HIP” (Single, 2017) – Resposta da dúvida passada: a HyunA só não tinha ousado o suficiente em “Babe”, porque aqui ela voltou a ousar e consequentemente a chamar muita atenção dos knetz… O clipe é bem sexy espevitado, acho bem divertido e colorido. A música é legal, mas não é uma das minhas favoritas. Gosto do refrão quando ela canta com a voz natural em vez do nariz, apesar de que a voz anasalada seja sua marca registrada. “Lip & Hip” até viralizou só pelo fato da HyunA segurar os peitos durante a coreografia. Foi o último lançamento dela na Cube antes do drama em 2018.

“FLOWER SHOWER” (2019) – “Flower Shower” é esquecidona no rolê, mas eu gosto até. Primeira música dela na P Nation, mais uma vez trouxe um lado diferente da HyunA, um instrumental gostosinho, viajado, os versos são legais. Eu não gosto do drop para o refrão, porém, acho esse tipo de refrão anticlimático. O ruim de “Flower Shower”, eu acho, é que ela cansa rápido, diferente de outras que escuto várias vezes, com ela não dá. De qualquer forma, o público não ligou muito pra ela não. A P Nation resolveu lançar a HyunA e o Dawn no mesmo dia e conseguiu dois flops.

“I’M NOT COOL” (I’m Not Cool, 2021) – Não entendo por quê vocês não gostam desse HINO! “I’m Not Cool” é indiscutivelmente HyunA, colorida, divertida, vibrante, pra cima. A coreografia é bem legal e dá vontade de levantar da cama pra dançar junto. Amo tanto que entrou na minha lista de melhores músicas de 2021, e a Coreia também gostou porque de #54 de peak com “Flower Shower” ela voltou pro top dez da GAON. Meses mais tarde ela iria lançar a “I’m Not Cool” 2.0, “Ping Pong” com o namorado, que eu aprendi a gostar e hoje acho tão boa e divertida quanto (funciona se você não se levar tão a sério).

“NABILLERA” (Nabillera, 2022) – “Nabillera” começa ruim. Os “nabillera na nabillera” são muito irritantes. Os versos não são ruins, mas a parte irritante volta sendo o refrão, o que eu acho insoportable. O rap é ok,. Infelizmente o saldo da música é negativo pra mim, irritante demais e eu não consegui terminar de ouvir nem pra escrever isso aqui. A Coreia pelo visto também não gostou já que a música parou na posição #147. Acabou sendo o último lançamento da HyunA pela P Nation (e olha que devia ter sido um full album, coisa que até hoje ela não teve tendo debutado em DOIS MIL E DEZ).

Ta aí, galere. Hyunão tem sua importância pra história desse pequeno gênero, mas na minha opinião os lançamentos pouco expressivos tem diminuído sua força e tornando ela mais a parte de um casal do que uma cantora de sucesso. Várias músicas são ótimas, algumas são bem meia boca, todas formam uma carreira bem interessante de uma artista que será lembrada por muito tempo por nós kpopeiros de segunda e terceira geração. Eu espero que na nova gravadora que ela escolher ela possa finalmente ganhar seu full album e ter novas músicas virais que a coloquem nas edits do povo Tik Toker.

Fico por aqui nesse frio insuportável. Se vocês gostam de frio odeio vocês.

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