IU, “Lilac”

Olá, amores. Tudo bom? Aqui tá foda. Tá difícil. Tá uma sufridera mesmo. Tô me sentindo maluca já de tão ansiosa sendo que eu nem sei porque que eu tô ansiosa se não tem nada especificamente estressante acontecendo ou pra acontecer. Eu sou estragada, essa é a única explicação que tem. Tem mais de uma semana que eu durmo e acordo de madrugada ensopada de suor e morrendo de frio. Provavelmente tem a ver com eu não conseguir parar de comer. Acabou o pacote de pirulito 7 Belo de framboesa, então também pode ser abstinência de pirulito 7 Belo de framboesa. Sério, espero que não seja alguma doença porque ansiosa do jeito que eu sou o que eu menos preciso agora é de uma doença.

Hoje (domingo, cinco de Setembro) eu acordei às seis horas da manhã, ensopada de suor e morrendo de frio novamente, tomei um banho bem quente, troquei a roupa de cama, dormi. Oito horas acordei pra tomar remédio, ensopada de suor, morrendo de frio, tomei mais um banho, dormi. Acordei por volta das dez horas, suando, morrendo de frio, botei mais roupa pra me esquentar, né. Deu calor, liguei o ventilador. Deu frio. Depois do almoço dormi, acordei suando e morrendo de frio. Desliguei o ventilador. Deu calor. No momento estou com o ventilador ligado de novo. Será que é assim que se sente uma mulher na menopausa?

Continuo assistindo uma maratona de Masterchef, aliás acho que essa semana vou fazer um bolo. Eu tenho uma batedeira mas nunca fiz um bolo. Talvez fique horrível o primeiro bolo que eu fizer mas eu tenho que fazer um primeiro bolo se quiser fazer melhor em futuros bolos, neh? Talvez fique horrível e aí eu desista de querer comer bolo porque eu tô comendo horrores e me sentindo um lixo humano depois de comer e a coisa que eu menos preciso, além de uma doença, é um bolo inteiro na cozinha esperando pra ser comido inteiro por moi em uma tarde.

Precisava de alguma coisa pra fazer aqui pra evitar de passar esse tempo comendo. Ia assistir o jogo do Brasil, né, mas como o governo Bolsonaro faz questão de acabar até com o hexa antes de sair do poder ano que vem kkkkk. Resolvi escrever coisas. Não sabia sobre que coisas escrever, pensei em falar sobre o que tá rolando esse mês mas essa semana tem comeback do STAYC, debut solo da Lisa, unit da Hyuna com o namorado, melhor esperar isso tudo aí, não posso perder a chance de arrastar da lama um solo da Lisa e uma unit da Hyuna com o namorado. Inspirada pelo nome da Paola ali no site ao lado escolhi falar de um álbum kpop que saiu esse ano e eu curti muito, vocês leriam pra eu me sentir amada?

Esse álbum é o Lilac, da IU.

Lilac (2021)

A IU (se lê “Aiú”) é só a maior cantora solo da Coreia do Sul, então claro que ela já cantou um monte de porcarias que o público geral coreano ama: baladões sonolentos. Por esse motivo quando eu virei capopeira eu tinha um certo abuso da cara dela, eu odeio baladão sem pulso. Ela cantava muita coisa fofinha quando era mais nova também, o que eu também desgosto, o conceito fofo no kpop. Pra ajudar, em 2017 quando o BTS ia lançar “DNA” ela soltou um cover de um baladão coreano de mil novecentos e bolinha que, old, foi número um dos charts quase que automaticamente, pensa numa ARMY brava? “DNA” merecia esse hit, que saco, IU.

Eu era feliz e não sabia

Bom, eu já cresci como pessoa e percebi como estava sendo chata, okei? Eu descobri que a IU, apesar de muitos baladões sonolentos, também tem muita coisa legal da discografia. Quando ela decide fazer um lançamento mais fora da caixinha ela entrega obras primas desse pequeno gênero, como “Twenty-three” (um tapa na cara dos coreanos bocós que gostam de achar que mandam na vida de idol!) e “Jam Jam” (uma das album tracks mais geniais que eu já ouvi no kpop). Eu aprendi a apreciar até alguns baladões dela, sabiam? O debut dela (“Lost Child”), lá de 2008, é bem bonito, dramático, delícia de cantar junto a plenos pulmões. Ai, foda-se, eu deitei mesmo, ouço até “Good Day”! Sirva, IU, o kpop de qualidade! Rainha da indústria sim!

O Lilac é o quarto álbum completo da IU, ele foi lançado em 25 de Março. Meu medo era que tivesse o mesmo erro do Palette (2017), o álbum anterior dela: ele tem uma sequência de baladões que torna a experiência de escutar bem cansativa. Felizmente, no Lilac ela soube dosar melhor os baladões kkkk tem só dois em pontos bem diferentes do álbum, assim não me incomoda. Não encontrei nenhuma música tão genial quanto “Jam Jam” nessa tracklist, mas curti bastante o resultado, achei que saiu um álbum bem fofinho!!!

Enfim. Segue Lilac, da IU, faixa por faixa, depois de um gif da bonita atuando em Hotel Del Luna, dorama maravilhoso que eu já assisti mas que entrou agora na Netflix, recomendo sim pra quem gostar de doramas…

01 – LILAC (라일락) – “Lilac” é uma música adorável. É um retrôzinho bem gostoso, seguindo a modinha que hitou na Coreia entre o ano passado e esse, mas eu acho bem distinto do resto, bem com cara de IU, com sei lá, um frescor, um brilho. Ela fala sobre dar adeus, tipo um término, mas um término feliz, com um clima bom porque está acabando mas tudo o que aconteceu foi bom.

Nas entrelinhas, é sobre o final dos vinte anos da IU, já que no ano que vem ela completa trinta (pelo sistema coreano); é ela falando pro ouvinte que acompanhou a carreira dela até aqui, o que vivemos até agora foi bom? A minha juventude está ficando pra trás, tudo bem se você seguir em frente, lembre de mim pelas coisas boas que vivemos. Profundo, sabe! Fofo, alegre, nostálgico, agridoce, triste. A IU tem essa mania, né, de fazer música acompanhando a idade que tem. Que bom, todas são sempre maravilhosas. “Lilac” especialmente eu acho que tem tudo a ver comigo, eu penso nas coisas assim, que bom que vivemos, vou sentir saudade. Um musicão, mas um musicão bem delicado.

02 – FLU – Será que ninguém disse pra IU que podia pegar meio mal fazer uma música sobre estar doente de amor (flu = resfriado) considerando que estamos vivendo uma pandemia? Kkkk. Eu adoro a música mas desde que vi essa tracklist fiquei meio assim, coragem, colega! Os “hu hu hu hu hu” do refrão são uma delícia. A voz da IU é perfeita pra músicas assim, é um vocal delicado, bem contido, sabe? Não precisa gritar pra ser boa vocalista.

03 – COIN – Ótima, divertida, tudo de bom. Tem esse tema de jogo de aposta, cassino, tem efeitos de moedinha no instrumental, a IU soube brincar com isso de um jeito bem legal tanto na letra quanto no clipe e nas performances. É uma das que eu mais gosto junto com “Lilac” e “Ah Puh”, acho que é uma daquelas músicas geniais que a IU entrega quando quer fazer algo mais fora da caixinha. Talvez não tão genial quanto as que eu citei lá em cima mas super boa!

04 – HI SPRING BYE (봄 안녕 봄) – Único deslize desse álbum, um baladão sonolento e horroroso que me soa como uma música dos anos noventa, não a música BOA dos anos noventa, uma música brega, chata, do começo da década. É sobre dar adeus de novo, término, mas sei lá, nem ligo, ouvi uma vez no dia 25 de Março pra me decepcionar e nunca mais. Melhore, IU, podia ser um álbum cem por cento mas sua chatice estragou!

05 – CELEBRITY – “Celebrity” é uma música engraçada, tem dia que eu gosto mais dela, tem dia que eu gosto menos. Acho fofa, docinha, simpática. Ás vezes acho chatinha, sem sal, brega essa mensagem motivacional da letra. É ok, não faz nenhum estrago (diferente de sua antecessora), mas também não se destaca pra mim, fica na média. O clipe é bem bonito. Foi o primeiro single do álbum né, acho que eu tava esperando demais.

06 – TROLL (돌림노래) (feat. DEAN) – Epaaa, musicão! Álbum da IU é assim, cheio de musicões delicados, nada que exploda muito sabe, um musicão refinado, com classe. E ela tirou o Dean da toca! Como tá sumido esse homem, gente. Acho “Troll” divertida, relaxada, despretensiosa, por isso que é tão boa. Eles cantam como se fossem um casal falando um pro outro que estão de muito saco cheio da relação, mas continuam assim.

07 – EMPTY CUP (빈 컵) – Ih, nessa aqui ela fala pro carinha que tá de saco cheio mesmo, que não ama mais ele… Coitado. Deve ser triste ser o ex dela e ouvir ela cantar que tá cansada desse amor. Não é lá um grande destaque da discografia mas acho que ela cumpre um papel da tracklist de diminuir o ritmo, preparando o ouvinte pra um baladão. Pra mim era isso que estragava um pouco o Palette, aqui a IU fez o dever de casa direitinho.

08 – MY SEA (아이와 나의 바다) – Baladão! Um baladão bom! A IU tem um tipo de baladão que eu gosto muito, é o baladão dramático, imponente, que explode em uns belos berros no final, baladão de main vocalist. Esse eu ainda acho que tem uma vibe de princesa da Disney, dá um charme a mais. É uma música bem bonita.

09 – AH PUH (어푸) – Acho que essa é a favorita da maioria das pessoas, é bem engraçadinha, a letra eu acho confusa mas é porque é uma música em que a IU brinca bastante com os vocais, e aí querer que eu entenda essas gracinhas em coreano, não rola, né, gatas? Mas é isso, é uma gracinha, muito boa de ouvir. Legal é que o Chanhyuk do AKMU participou da composição, faz bastante sentido. Tem cara de música divertida e inteligente do AKMU.

10 – EPILOGUE (에필로그) – “Epilogue” traz de volta aquela mensagem de adeus de “Lilac”, pra fechar o álbum. “Você está feliz por ter me conhecido?” / “Você está contente por ter me amado?” / “As músicas que cantei ainda te confortam?” / “Se a resposta pra essas questões é sim, é suficiente pra minha vida ter sentido”. Isso é muito bonito, mas parece bem triste também, não? Não parece que ela tá prestes a se aposentar e dando adeus, terminando a carreira? Eu, hein. Não some, IU! Acho que termina muito bem, tem um tom meio… Melancólico? Agridoce… Sabe aquele sentimento quando alguma coisa que importa bastante pra gente tá acabando? Tipo eu assistindo Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2. Acho que é exatamente isso que a IU queria.

Não acho que Lilac seja o melhor ou mais criativo álbum da IU, acho que desde o Modern Times (2013) é o mais simples, mas o resultado final é bem positivo. Não tem os maiores destaques da discografia dela, mas é um álbum coeso, com o mesmo clima do começo ao fim, adorável, doce, simpático, bem fresh. Pra mim isso tudo tem tudo a ver com a cor lilás. 3,9/5.

Curtiram? Vai falar mal de mim, Paola, porque eu falei que acho “Celebrity” meia boca? Nem ligo! Acho que volto na sexta-feira pra falar mal horrores do debut solo da Lisa, eu odeio a cara da Lisa então não tem qualquer chance de eu gostar dessa porcaria, tô SEDENTA pra falar sobre o quanto eu achei horrível. Boa noite, amadas! Eu vou dormir pra acordar quatro horas da madrugada ensopada de suor e morrendo de frio.

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